O ruído noturno é uma disfunção semelhante ao som da mastigação, que acontece quando as pessoas estão dormindo. As pessoas rangem, cerram ou apertam os dentes de maneira inconsciente produzindo desconforto. Tal problema preocupa pais, médicos e dentistas e, segundo estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), ele atinge cerca de 30% da população mundial.
No Brasil, aproximadamente 40% das pessoas sofrem desse distúrbio. As causas para o problema são bem definidas, mas geralmente estão relacionadas a fatores psicológicos, ansiedade e estresse.
“No caso do bruxismo infantil, o mais provável é que ele seja desenvolvido em decorrência de diversos fatores aos quais a criança é exposta, como a chegada de um irmão, a separação dos pais, mudança de escola ou uma rotina muito agitada”, explica Dra. Fernanda Mamede, odontopediatra e diretora da ABO.
A causa do bruxismo também pode estar relacionada com problemas de dentição ou com fatores hereditários, já que pais que sofreram com a doença podem aumentar as chances de os filhos desenvolverem o mesmo distúrbio.
O mal pode afetar crianças, adolescentes e adultos. Costuma ser mais recorrente em crianças dos 2 aos 4 anos e, nos jovens, acontece com frequência dos 10 aos 12 anos e aos 18 anos. A explicação é que o bruxismo fisiológico acontece nessas fases em que crianças ou adolescentes passam por descobertas, adaptações, modificações e aprendizados.
“Esse é um período determinante, que envolve desde a percepção da realidade, a autoconfiança, limites e escolhas”, observa a odontopediatra.
Um sinal de alerta para os pais é quando a criança passa a reclamar, durante o dia, de problemas como dores de cabeça, zumbido nos ouvidos, dores musculares no rosto e ter estalos na região da mandíbula. Normalmente, cabe aos dentistas a indicação do tratamento interdisciplinar com psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
“O tratamento do bruxismo deve evitar a sobrecarga, o desgaste dental, as dores articulares, manifestações de disfunções mais graves devido ao aumento da sua intensidade e, principalmente, restabelecer a função de cada estrutura envolvida, explica a dentista.
Os pais também devem ficar atentos ao aparecimento de outros distúrbios nessas etapas de mudança m doas crianças, como a gagueira, onicofagia (hábito de roer unhas) e distúrbios do sono. “Portanto, ao identificar o ‘ranger dos dentes’ é importante levar a criança ao dentista de sua confiança para uma avaliação e iniciar o tratamento o mais breve possível”, finaliza.
Fonte: Jornal da ABO, ed. 161